Elliott Smith

Elliott Smith

Você está na sua casa, assistindo um filme na TV, e uma das músicas dele te tocam como nenhuma outra música já tocou. Ela nem parece que tem vários instrumentos, voz, efeitos – parece uma coisa só, homogênea. Como se fosse uma bola azul que fica pingando na sua frente e sorrindo, e de repente ela fura o seu peito e entra no seu coração e tudo o que você sente é que ela fica ecoando no seu corpo e se você fechar os olhos, pode até ficar perdido por horas.

Era muito raro que eu gostasse de uma música assistindo um filme. Então, um belo dia, assisti Gênio Indomável – a cena em que um dos amigos do garoto percebe que ele foi embora, e a cena final, que mostra ele de carro numa estrada deserta – acabaram me fazendo descobrir esse cara – Elliott Smith.

Acho que eu nunca tive nenhum ídolo, mas existem poucas pessoas que eu realmente admiro. Por variadas razões, sensibilidade, genialidade ao fazer algo que eu gosto, inteligência ou força. Esse cara era um deles. E aí, ouvindo a música dele, você fica pensando como alguém pode fazer algo tão simples e tão bonito. Parecia que tudo tem que ser assim, complicado e mirabolante, para que seja bonito.

As músicas dele são assim. Tão simples que às vezes chega a ser ridículo e impossível.

Hoje cheguei aqui no computador, fui num fórum do Cure e vi lá – Elliott Smith R.I.P. Fiquei alguns segundos paralisada. Ele tinha trinta e quatro anos. Procurei por aí pra ver se era verdade – achei aqui.

Grande perda. R.I.P.

TS


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