Estou indo embora.
Ela nem ligou. Continuou a escrever na máquina velha, sem nem tirar os olhos da mesma. Ele ainda esperou alguns segundos e, vendo que ela não reagia, desapareceu pela porta, fechando-a em silêncio.
As cortinas da sala se agitaram violentamente, um vento frio veio gelar a garota. Ela parou de escrever e ficou olhando para a folha com algumas poucas palavras em preto. Uma lágrima caiu na mesa, e ela colocou as mãos no rosto para impedir que mais lágrimas caíssem.
Ele desceu as escadas lentamente, com a mão direita sobre o corrimão e a esquerda segurando a mala, firme. Olhava para o chão, passava pelas paredes brancas e sujas. Um garoto subiu correndo e disse oi – ele nem viu. Deixou o prédio, abriu a porta do carro e sentou-se, colocando a mala no banco traseiro. Apoiou os braços no volante, deitou a cabeça sobre eles e fechou os olhos.
He’s screaming
Why did everything go wrong
That weird way
It was her
That sense of life
And he loved her more than he could take
She’s screaming
Pulling her hair all out
And writhing inside
Waiting for him to get back
To look at her and say
“I’ll never forget you”
Crying for a lost love
Never fair
But no one said
It was going to be fair
