calar
a voz que grita no momento mudo
triste, rubro
no escuro
calar o que se ouve nos momentos mais profanos
sentar-se, relutante
cansada
o ar faltando
numa mágica em que um só ruído soa
corta o vento num sussurro aguçado
impregnando o ar com a matéria
de um instante estagnado,
distante,
presente,
um sonho-pesadelo repetido
movimentos que se afiam nos meus olhos
um espelho cuja imagem desconheço
e um pedaço da partida
da chegada
debaixo de uma tempestade amarga