De olhos fechados, ela foi para outro mundo. Havia todas aquelas flores, em jardins de fúcsias e tulipas amarelas e azuis. Ela estava correndo sozinha, fugindo.
Estava correndo sozinha, fingindo ser um avião, com seus braços esticados, passeando por entre as flores, confundindo-se com a paisagem colorida.
O céu estava azul e as nuvens formavam nítidas figuras. Ela podia respirar o aroma da grama molhada, fazendo-se sentir naqueles verões, misturado com o perfume das flores e o ar do precipício, logo além.
Alguém a chamou pelo nome. As lágrimas ainda caíam, ela olhou pra cima e enxergou a lua. Abriu os braços tentando abraçá-la. Quis ir embora e nunca mais voltar.
Olhou para seu lado. Eu estava lá. Ela sorriu e correu em minha direção, e eu fiz o mesmo. Nós nos abraçamos, ela caiu nos meus braços. Escorregou lentamente para o chão, perdendo sua esperança e se encolhendo toda.
Ele ficou parado ao seu lado, ela tinha seus olhos fechados, cansados. Ele perdeu alguns minutos observando a garota, acariciando seus cabelos pretos. Ela tremeu, eu estava lá.
Ela estava comigo sobre a grama verde. Nós estávamos deitadas ali, sorrindo, tentando imaginar formas para as nuvens perfeitas.
Mas ela chorava.
TS
