atado

Atado (foto por Lynn Greyling)

bem, pode até ter alguma diferença, mas que os fatos estão distorcidos, estão.

não era a mesma mesa, não era o mesmo vaso – não era sequer o mesmo cômodo. o vaso não estava rachado, apenas. havia pedaços amarelos por todo o piso vermelho.

eu escolhi um final, um meio e um começo – e nem era assim tão complicado, eles iam simplesmente se encaixando e acontecendo. um puxava o outro, eram três nós na mesma corda. um era desatado, depois vinha o outro e o outro. era tão simples, seguir a ordem.

se você usa mais de treze anos e cinco meses pra desatar o primeiro nó – ou menos do que este tempo – vira o caos. todo mundo ali do seu lado, tentando desatar os seus respectivos nós e você com seu nó desatado. e aí, você resolve que tem que esperar os outros e perde o fio da meada. quando percebe, todo mundo desatou o segundo nó, e você ainda nem chegou lá.

afinal, andar com as próprias pernas é uma ilusão.

então, sozinho, com lágrimas nos olhos, entre cair em desepero, tentar manter o controle e pensar ‘e daí, cada um tem o seu próprio tempo’, você finalmente se pergunta por que diabos, naquele começo, você resolveu atar os três nós de uma vez só.

(foto por Lynn Greyling)

TS


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